domingo, 20 de dezembro de 2009

The XX - Album of the Year!


Não resistindo às incontáveis listas de final de ano, o blog também entra na onda e resolve escolher a revelação de 2009. Para facilitar a vida, adotei como critério bandas que lançaram o primeiro CD em 2009 e não aquelas que decolaram em 2009....

E o prêmio vai para..... THE XX!

A banda inglesa era, até novembro, formada por 2 meninos e 2 meninas de apenas 20 anos. Eles se juntaram no colégio, curiosamente o mesmo freqüentado pelos integrantes do Hot Chips, e agora no final do ano o tecladista deixou a banda, alegando exaustão. Isso já pode ser resultado do sucesso meteórico da banda, que lançou o primeiro CD (The XX) em agosto desse ano e já aparece até em trilhas séries da Warner. Uma breve olhada no myspace da banda também mostra como estão requisitados, em 2 meses a banda fará 40 shows ao redor da Europa.

Deixo abaixo as 2 músicas que mais curto no CD....Crystalised e VCR...ah e saquem a bateria eletrônica!! Rock band like!!! Demais!

Crystalised



VCR

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Ethio Jazz!

Chega de magrelo nesse blog!
Subliminarmente, chega de modinha, musiquinha de radio e coisa do tipo...rs!
Voltemos para a África, década de 60 e vamos falar sobre Mulatu Astatke!

Criador do Ethio-Jazz, nascido na Etiopia, estudou musica na Trinity College em Londres e se tornou o primeiro aluno africano a se formar na renomada Berklee College Of Music em Boston.

Começou ainda na Berklee com o “Ethiopian Quintet”, tocando latin jazz, mas ainda procurando seu lugar na musica.

Voltou para Addis Ababa, depois de um tempo, onde passou maior parte de sua vida, pesquisando a cultura local e aplicando toda a teoria que havia aprendido na faculdade.

Mas era dificil viver de cultura num pais africano sub-desenvolvido (permanece assim), e lutar contra isso era difícil.

Contratado pela Ethiopian Airlines no intuito de divulgar a cultura local, até CD-souvenir ele gravou, mas só a classe executiva ganhava...

Integrou a banda e foi bastante elogiado por Duke Ellington, quando a trupe deste fez uma excursão à capital etíope.

Seu trabalho mais bacana foi a quarta edição de uma série lançada pela gravadora francesa Buda Musique em 1998 – “Ethiopiques Volume 4: Ethio Jazz & Musique Instrumentale, 1969-1974”.

Em 2005, o diretor Jim Jarmusch incluiu na trilha do filme “Broken Flowers”, algumas faixas deste disco. E só aí que Mulatu foi "(re)descoberto" pelo grande publico. Aliás, dizem que o tal do filme é mto bom, preciso dar uma sacada...

No ano passado lançou um CD com os inglese do Heliocentrics, que eu até preciso ouvir melhor, até pq viciei no Ethiopiques.

Não gosto muito de rotular, e mesmo se gostasse, com esse cara é quase impossível! Jazz, latin-jazz, funk, guitarra com wah-wah, metaleira ... uma salada fenomenal!

Quem curtir e quiser saber mais, tem um podcast bacana no link: http://www.redbullmusicacademy.com/fileadmin/podcasts/PCxx-Mulatu_Astatke.mp3

Segue um aperitivo:

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Cover do Amor # 3 – Billie Holliday e Cat Power – Don’t Explain


As histórias de Eleanor Fagan Gough, conhecida como Billie Holliday e também apelidada de Lady Day, e Shan Marshall, mais conhecida como Cat Power, são muito parecidas.

Billie, nascida em 1915, era filha de um pai de apenas 15 anos e uma mãe de 13. O pai era guitarrista e banjista e abandonou a filha ainda bebê. Aos 15 anos de idade, morando em Nova York e prostituindo-se, conseguiu um emprego fixo num bar, após oferecer-se como dançarina e, depois do fracasso, descolar uma vaga ao cantar. Depois desse início mais do que surreal e sem nunca ter tido uma educação formal em música, Billie alcançou enorme sucesso nos EUA, apresentando-se ao lado de grandes músicos, como Louis Armstrong. Infelizmente, e a melancolia da sua voz e sua música já indicavam, o final não foi tão belo, Billie faleceu em 1959 de overdose. (aos interessados, vale ler a autobiografia Lady Sings the Blues)

Já Cat Power, nascida em 1972, também é filha de músico. O pai, um pianista de Blues, rodava o sul dos EUA depois de abandonar a filha com os avós. No início da adolescência ele voltou e levou a filha para as turnês. O que pode ser visto como uma excelente bagagem musical, também nos ajuda a compreender porque ela começou a beber aos 12 anos e largou o colégio. Aos 20 ela já estava em Nova York, sempre aqui, cantando em bares e gravando suas primeiras músicas. Em 2000, gravou o CD Covers Record, que foi muito bem recebido. No entanto, nos anos seguintes os seus shows e gravações passaram a ser sempre uma incógnita, já que muitas vezes aparecia alcoolizada. Até que em 2006, depois de ser salva por uma amiga momentos antes de se matar, foi internada e desde então parece ter superado essa fase. Inclusive, o show esse ano no Brasil foi divino!

Bom, voltando ao tema da sessão e as semelhanças. Vale escutarmos a bela “Don’t Explain”, escrita por Billie em 1944, depois que seu marido chegou em casa com marcas de batom no colarinho! Fico impressionado como a música é intensa e profunda. Não é a toa que já foi gravada por: Nina Simone, Natalie Cole, Etta James, Sarah Vaughan, dentre outras e outros (olha o estrago feito pelos homens).


Billie Holliday



Cat Power