segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Blind Melon - For my Friends, álbum sem Hoon e sem graça

Após a morte de Shannon Hoon, a banda Blind Melon bem que tentou dar seqüência a seu trabalho passando o vocal para o baixista Brad Smith, porém tornou-se notória sua dificuldade em substituir um dos vocalistas mais completos da década de 1990, enquanto ainda precisava dar conta de sua linha de baixo caracteristicamente cheia de groove. O resultado, claro, foi desastroso e culminou no fim de uma das bandas mais influentes da época.

Depois de um longo hiato de treze anos desde o lançamento de seu último álbum, o Blind Melon finalmente decidiu retornar aos estúdios, porém agora o desafio de substituir Shannon Hoon está nas mãos do jovem cantor Travis Warren. As comparações são inevitáveis e, em minha opinião, a situação não está nada boa para o lado de Travis. Verdade seja dita, ele possui um bom agudo e timbre de voz bastante interessante, mas parece estar em constante provação de sua capacidade em cada nota que dispara. Vibratos e um leque de peripécias vocais sobrecarregam o álbum em todas as faixas.

Ouvindo atentamente tive a impressão de que as músicas que compõem For My Friends não podem ser consideradas ruins, mas também não chegam a ser boas. Não consegui identificar nenhum hit e nem sequer um momento criativo ou inusitado, marcas que acompanharam fortemente os dois primeiros trabalhos do Blind Melon. No momento, parece que além de vocalista e compositor, Shannon Hoon era de fato o ponto de equilíbrio da banda, e qualquer tentativa de comparação entre o novo trabalho da banda com os anteriores trará uma inevitável frustração.

domingo, 30 de agosto de 2009

Calexico – The Black Light

Para quem não conhece, Calexico é uma banda que apresenta uma mistura exótica de influências que vão desde a música cigana, Mariaches, Jazz, surf music, Fado, até o Rock. Liderada por dois ex-integrantes da banda de country-rock Giant Sand, Joey Burns (guitarra e vocal) e John Convertino (bateria e percussão), o Calexico explora com autoridade acadêmica diversos estilos musicais sem perder a identidade ao longo desses 12 anos de carreira.

Como é a primeira vez que comento sobre a banda, escolhi falar sobre o álbum The Black Light, pois além de ser um dos melhores discos do grupo, podemos ter uma boa perspectiva do que esses caras são capazes de fazer.

Na faixa Bloodflow (rolando no playlist) é possível notar uma narrativa que, na forma, lembra muito o tango argentino. No início, uma levada calma e melancólica traça o caminho da trama e, com o desenrolar da música, esse sentimento dá espaço a uma sensação de dor e angústia com belíssimos arranjos de slide guitar e ataques precisos de pratos.


Para saber mais sobre a banda, visite o site http://www.casadecalexico.com/

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Compra do dia! DVD – From the Basement

Sexta-feira, fim do mês chegando, salário caindo na conta, e logo vem aquele impulso de comprar alguma coisa!
Como me encontro nessa situação, resolvi dividir com vocês a minha próxima compra que deve acontecer hoje mesmo.
É um DVD chamado From The Basement, que assisti na casa do meu camarada Lucas. Vale comentar que o sujeito trabalha na MTV e sempre que o visito acabo encontrando alguma novidade

Esse DVD faz parte de uma nova série de TV, que tem um objetivo bem legal, colocar a música em primeiro lugar. Ou seja, sem grandes produções, sem platéia e sem aquele papo com o apresentador. Basicamente os músicos entram no estúdio, plugam seus instrumentos e tocam de verdade! São vários artistas de diferentes estilos, entre eles: Beck, White Stripes, Damien Rice, Sonic Youth, PJ Harvey, Radiohead, Jamie Lidell (esse merece um post em breve) e outros.

Eu não ganho nada com isso, mas se você curtiu a dica é possível encontrar o DVD no
Submarino por um preço bem justo.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Ben Harper e os Relentless 7 - White Lies for Dark Times

Após muitos anos acompanhado pela banda Innocent Criminals, Ben Harper decide explorar novos horizontes e caminha para uma pegada bem mais rockeira ao lado de sua nova banda de apoio, os “Relentless 7”, nome que o próprio Ben Harper criou. Segundo ele, o nome ficou vagando em seu subconsciente por um tempo, até finalmente encontrar este propósito.

Com essa nova formação, Harper consegue criar texturas clássicas de Southern Rock Americano, estilo que tem como representantes os Allman Brothers, Gov’t Mule e Lynyrd Skynyrd.
Na faixa “Why must you alwalys dress in black” um rock cru e poderoso acompanhado por uma levada de baixo clássica de blues, que me recorda muito o Led Zeppelin, principalmente durante o solo de guitarra onde a base é sustentada apenas pela experiente cozinha (Baixo e Batera) do baterista Jordan Richardson e do baixista Jessé Ingalls.

Definitivamente o álbum “White Lies For Dark Times” traz novos ares à sólida e bem sucedida carreira de Ben Harper. Para os fãns da banda Innocent Criminals, pode trazer certa nostalgia não presenciar o carismático baixista
Juan Nelson assim como o percussionista “Showman” Leon Mobley, entre os músicos que acompanham Harper. Mas convenhamos, mudar é saudável!


quarta-feira, 26 de agosto de 2009

A banalização do “Alternativo”

Atualmente ouvimos muito o termo “Alternativo” para classificar bandas, baladas, praças, colégios, métodos de ensino entre muitas outras coisas que nem sequer carecem de uma classificação. Hoje são tantas baladas e bares alternativos, que nem consigo mais distinguir o que seria um bar convencional. Provavelmente deve ser algo como ir a um botequim na companhia do seu avô e mais dois amigos parceiros de tranca. Na conjuntura atual isso sim, seria uma balada alternativa.

Entendo que esse critério equivocado seja constantemente aplicado para classificar bandas. Parece que, só porque a banda é moderna e seus integrantes se vestem seguindo as últimas tendências do universo fashion tornam-se automaticamente alternativos. Errado! E quanto ao som? Parece que ninguém nem ouviu o que sai dos amplificadores! Estou acostumando a ver bandas punks serem taxadas de “Alternativas”.

Se um dia me perguntarem qual banda eu classificaria como “Alternativa”, eu diria de bate e pronto: Mars Volta. Essa banda, formada por dois ex-integrantes do At the Drive-in, apresenta uma mistura de hardcore, rock psicodélico e Jazz. Se eu fosse comparar o Mars Volta com um prato preparado por um cheff seria algo parecido com um Papardelle de hortelã com mel ao ragu de paleta de cordeiro. Exótico, de difícil assimilação e extremamente saboroso!

Confira essa performance ao vivo da música Asilos Magdalena

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Uma das melhores interpretações de Eleanor Rigby

Krystle Warren é o nome dessa talentosa artista nascida e criada em Kansas City.

Aos treze anos de idade, após assistir a um especial dos Beatles na rede ABC, Krystle decidiu investir pesado na carreira musical. Suas influências vão do Brit Pop, passando pelo Rock R&B, ao Jazz.

Essa interpretação da clássica Eleanor Rigby dos Beatles é, em minha opinião, uma das melhores versões, perdendo apenas para a releitura de Ray Charles, mas podemos falar dessa mais pra frente.

Vale muito à pena conferir essa versão gravada ao vivo com voz, violão e muito soul.


domingo, 23 de agosto de 2009

The Greatest - Cat Power



Apesar do título, esse álbum não é uma coletânea da banda liderada pela cantora Chan Marshall.

Gravado em Memphis, trata-se de uma homenagem ao Soul do Sul dos E.U.A.

Com músicas simples e de fácil compreensão, o disco trouxe ainda mais fãns à banda Cat Power.

Vale à pena conferir o clipe da música "Lived in Bars".

Till the Sun Turns Black - Ray Lamontagne



Segundo álbum desse impressionante artista Folk, é possível identificar influências de Country, Blues, e R&B em seu trabalho. Ótimos arranjos de cordas dão um toque muito natural à obra que, para quem não conhece Ray Lamontagne, é um ótimo álbum para começar.

Recentemente o comprei em vinil e posso afirmar que foi uma das melhores aquisições do ano!

Segue uma prévia do talento de Ray Lamontagne, cujo timbre de voz lembra o Joe Cocker nos anos 70.