segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Terence Blanchard – SESC Pompéia – 10/09/09

Show é um excelente programa! Morando em Curitiba ficou mais dificil, pq as opções são limitadíssimas, mas mesmo assim ainda não perdi o habito de ver o Guia da Folha, Rolling Stone, Bravo e etc... sempre tentando me antecipar a algum evento e conciliar a agenda.

Nessas, fiquei sabendo que Terence Blanchard, trompetista americano, ia tocar em São Paulo numa data que eu estaria presente.

Bom, quem curte jazz e afins sabe que não tem erro... pra esse tipo de evento: ou paga caro e vai no Bourbon, ou compra rápido (com um pouco de sorte) e vai no Sesc Pompéia!
Tava com sorte, comprei e sucesso! Nem conhecia muito... mas nao tinha erro. sabia q ia ser bom!

PAUSA
Sempre curti os filmes do Spike Lee! E sempre reparei na trilha sonora. Tem até um filme dele que fala de jazz, e da vida de musico e tal. Chama “Mo’Better Blues” (Mais e Melhores Blues), com o Denzel Washington, Wesley Snipes (td muleque ainda) e o próprio Spike atuando. A canção que dá nome ao filme é fenomenal!

PLAY
Quem é que compôs a maioria das trilhas para os filmes do Spike Lee??????
Ele mesmo!

Ah ... o show!

Bacana! Começou muito cerebral demais. Muito conceitual, ritmo quebrado, difícil de acompanhar... Rolavam umas falas entre uma musica e outra, trechos de conversas, parada meio maluca (comento melhor depois). Mas de qq maneira, dava pra notar que o quinteto era competente.

O baixista, nigeriano, abriu o show, tocava sorrindo, figuraça! Sax e bateria tb mandavam bem.
No piano rola um destaque. Cubano, Fabian Almazan, habilidoso, toca igual aquele muleque do Snoopy (Schroeder é o nome dele), todo curvado, com a cabeça enterrada no piano. Vem na minha, daqui um tempo vc vai ouvir falar desse cara.

O Terence é o front-man. Eleito pela Downbeat como artista do ano e melhor trompetista em 2000. Dita o ritmo, conduz o time. Compôs a maioria das canções.

Os pontos altos do show foram os temas “Winding Roads”, mais clássico lembra bastante as trilhas feitas para os filmes do Spike (alias, isso e uma característica marcante do cara, possui um modo de compor bastante particular), e “A New World”, bem groovy, bastante ritmo, o pianao do cubano tem uma levada fera.

Um pouco mais do Terence: começou tocando com o Lionel Hampton (primeiro CD de jazz que eu comprei – vibrafonista – bebop rasgado!) e com o Art Blakey (batera fodido!) nos anos 80.
Engajado, desde 2000, é diretor artistico do “Thelonious Monk Institute of Jazz”, um instituto sem fins lucrativos (fundado pelo próprio Thelonious – outro monstro) que organiza programas de educação musical em escolas públicas dos EUA.

Mudou-se para New Orleans após a tragédia provocada pelo Katrina e lá dirige o Thelonious Monk Institute of Jazz. Fez tudo para conseguir transferir a sede do instituto pra lá (antes ficava em Los Angeles) e foi incentivado por Herbie Hancock - o pianista considera New Orleans o berço e a alma musical dos EUA. Lá, Blanchard, ficou amigo do professor de religião e filósofo Cornel West, ativista político e autor do livro "Race Matters", cuja voz é ouvida no show.

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