Voltando a série “branquelos à la Bill Gates cheio de Swing”, iniciada com o Mayer Hawthorne em março do ano passado (http://jukebox20.blogspot.com/2010/03/mayer-hawthorne-e-o-album-do-amor.html), agora é hora de destacar o inglês Jamie Lidell!
A primeira pergunta que me fiz foi de onde vem tanto soul? O cara é inglês! Até que achei uma entrevista em que ele cita Prince e George Clinton como referências. Comenta que cresceu venerando o Prince. Pronto, tá explicado as músicas estilo motown!
O cara já tem três álbuns lançados, “Multiply Additions”, “Compass” e, o melhor deles em minha opinião, “Jim”. Vale escutar Another Day; Little Bit of Feel Good e Multiply!
Ano passado tive o prazer de ajudar e conhecer melhor a Afro Latin Jazz Orchestra (ALJO).
Fundada por Arturo O'Farrill, pianista e compositor, estudou musica em NY, trabalhou com Winton Marsalis, e eh filho do maestro Chico O'Farrill, um dos precursores do jazz latino (junto com Tito Puente, Mongo Santamaria...) lah na decada de 50.
Bom, apos ligeira biografia, voltemos a a ALJO. Trata-se de uma orquestra com aproximadamente 18 musicos onde o negocio eh preservar a cultura das big-bands de jazz latino, fundadas e/ou regidas pelos caras citados acima.
Ninguem melhor que o proprio fundador para explicar:
A musica tem um peso incrivel quando junta metaleira, cordas, piano e percussao.
Dah uma sacada:
Mas qdo se fala da ALJO, tb ha que se falar da ALJA.
Explico: a Orquestra eh parte integrante da Afro Latin Jazz Alliance (ALJA), que eh uma fundacao sem fins lucrativos com o intuito nao apenas de disseminar e cultivar tal estilo musical, levando-o a novas audiencias em lugares menos favorecidos, mas tb de ajudar na educacao de criancas carentes atraves da musica. Apos inumeros seminarios, workshops e etc., o projeto jah atingiu mais de 10.000 criancas, especialmente nos bairros do Bronx e do Harlem, em Nova York.
O trabalho eh incrivel e tive o prazer de ajudar a elaborar um projeto de levantamento de recursos, e tomara que colha os frutos num futuro proximo.
Aproveitando a viagem: queria citar tb o trabalho solo do Arturo O'Farrill. Tb na linha do jazz latino, com composicoes proprias e formacao mais enxuta (normalmente quarteto). Imperdivel! Na minha opiniao, “Footprintps” eh uma obra prima!
Foram três anos sem apresentar um álbum de composições inéditas e, em 2011, o cantor, compositor e violonista de primeira categoria, Amos Lee, um talentoso artista nascido e criado na Pensilvânia, Filadélfia, quebrou o hiato com seu quarto trabalho intitulado “Mission Bell”.
Lee é conhecido por seu estilo folk, country, blues, rock e R&B (sim, o cara consegue reunir quase todos os bons gêneros musicais), mas para “Mission Bell”, seu foco maior está no bom e velho country norte-americano. O álbum, gravado no Arizona por ninguém mais que Joey Burns, produtor de uma bandinha chamada Calexico, é mais romântico que o habitual do artista e, para quem curte mais seu estilo de R&B, vai sentir saudades, porém posso adiantar que não ficará decepcionado.
“Mission Bell” conta com 12 faixas muito bem construídas, cautelosamente gravadas e verdadeiramente boas. Tão boas que até um dos Papas do country sulista norte-americano, Willie Nelson, resolveu dar uma palhinha num show apresentando, em dueto com Lee, a música de abertura do álbum, “El Camino”. Mas deixo aqui uma de minhas favoritas, “Violin” e a dica para dar uma espiadinha na canja do Willie.
